Pesquisa personalizada

terça-feira, 22 de novembro de 2011

VELHICE

A Europa, como os Estados Unidos, consome demais e produz de menos. Mas, diferente dos americanos, não tem um ambiente com liberdade econômica suficiente para relançar rapidamente a expansão capitalista

Blog do Alon

Uma crise econômica gravíssima que aumenta exponencialmente a taxa de desemprego deveria levar as pessoas a pedir mais proteção do Estado e, portanto, favorecer a esquerda.

Mas na Europa quem emerge na crise com poder político reforçado é a direita.

Mesmo na Itália, onde o tsunami econômico-financeiro derrubou o direitista Silvio Berlusconi, quem entrou no lugar foi um governo "técnico" comprometido com a austeridade.

Austeridade parece ser a palavra da moda na Europa. Da Grécia ao Reino Unido, da Itália à Espanha, os eleitores parecem inclinar-se agora para quem sempre defendeu menos Estado, não mais.

Há exceções, como a Dinamarca, mas são exceções.

Quando a primeira grande onda da crise engolfou o mundo desenvolvido, a linha imediata de defesa foi o Estado.
Que se endividou e emitiu o suficiente para evitar a quebra das empresas, financeiras ou não, grandes demais para irem à breca.

Na primeira fila, o premiê britânico, Gordon Brown, a quem devemos muitos agradecimentos por o planeta não ter quebrado.

Brown defendeu que os Estados oferecessem garantias ilimitadas para evitar que maus passivos causassem falências em cascata.

O premiê, ele próprio ex-ministro das Finanças do longevo governo trabalhista de Tony Blair, só por isso já mereceria uma estátua.

Além de não recebê-la, foi duplamente mandado para casa na primeira eleição: perdeu o cargo e também a liderança do partido.

Agora é o colega espanhol quem segue o mesmo caminho.

Qual é o problema da Europa? O mesmo do resto do mundo. O modelo funcionou razoavelmente para evitar o pior, mas não indica as portas de entrada para um mundo melhor.

Uns dizem que o remédio é ruim, outros dizem que a dose foi insuficiente, mas os povos não parecem querer pagar para conferir esta segunda hipótese.

Nenhum comentário:

Postar um comentário